De Paulo Desana
Lançamentos todos os domingos, às 18h, de 12/12/2021 até 13/03/2022.
O presente trabalho tem como objetivo suscitar as aproximações entre os temas mitologia, tradição, arte, cultura, identidade e fotografia, partindo de um levantamento de referências sobre a mitologia da viagem da Cobra-Canoa da Transformação ou, como é chamado na língua Tukano, Pamürɨmasa (os “Espíritos da Transformação” ou que saíram da água do rio).
No projeto, o ponto central é mostrar o que os indígenas herdaram de seus antepassados, que surgiram do bojo da “Cobra-Canoa da Transformação”: que o Pajé de hoje herdou todos os conhecimentos dos antepassados, e por isso sabe como realizar o benzimento de cura de seu povo; que artesãos herdaram a forma de trançar a fibra de arumã, também desses antepassados – todos provindos da “Cobra-Canoa da Transformação”. A tinta luminescente, inclusive, surge como inspiração para simbolizar os espíritos desses antepassados.
O trabalho conta com a parceria da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representante legal da Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro – Wariró e das associações indígenas que atuam no fortalecimento da produção de artesanato, como a Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI) e a Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (ASSAI).
Os parentes indígenas fotografados são: Anita de Francisca Lima (Kamon), benzedeira do povo Tuyuka; Antonio Bosco Sampaio (Ye’pasuri), benzedor do povo Tukano; Carmem Figueiredo Alves (Wamopahko), artesã do povo Wanano; Durvalino Moura Fernandes (Kisibi); benzedor do povo Desana; Gilda da Silva Barreto (Uirapuru), artesã do povo Baré; Herculino Jorge Araújo Alves (Tōrāmɨ), benzedor do povo Desana; Janete Maia Martins Lana (Kaisaro), artesã do povo Tariano; Larissa Mota Duarte (Ye’padiho), ceramista do povo Tukano; Madalena Fontes Olimpio (Dupo), artesã do povo Baniwa; e Manoel Lima (Dupo), benzedor do povo Tuyuka.